sexta-feira, 17 de junho de 2011
Palestra sobre I Ching
Vou representar o Taoísmo no II Simpósio Brasileiro de Hermetismo e Ciência Ocultas, que acontecerá em 23, 24 e 25 de junho próximos. Minha palestra será na sexta-feira, dia 24, das 11:10 – 12:40h, com o tema:
"I Ching, do Xamanismo ao Computador – as relações entre o Livro das Mutações e o xamanismo antigo chinês, as tradições milenares taoístas e a ciência moderna"
O evento ocorrerá no Nikkey Palace Hotel: Rua Galvão Bueno, 425 – Liberdade
Mais informações e inscrições: http://simposiohermetismo.com.br/
Folha de S. Paulo Discrimina Orientais
Já havia percebido há algum tempo a hipocrisia do debate sobre racismo no Brasil. É sempre a mesma ladainha do “branco” opressor e do “negro” vítima, mesmo quando existe outros tipos de racismo.
Ontem, o site “Folha.Com”, versão online do jornal paulista “Folha de S. Paulo”, estampou uma notícia sobre a decisão do STF de liberar a chamada “Marcha da Maconha” por questão de liberdade de expressão (1). Nada contra.
Mas ao ler os comentários dos leitores, me deparei com a seguinte expressão, utilizada para retrucar um comentário de leitor com nome fortemente oriental: “cabeça de japa abilolado”. Francamente, estou farto de ler observações ofensivas e estereotipadas referente aos orientais. Fiz uma denúncia aos moderadores da Folha por racismo. A mensagem foi retirada do ar e retornou horas depois, sinal de que não havia sido notado nada de problemático com a expressão. Muito bem.
É bom que os leitores deste blog saibam que o sistema de comentários da Folha online é um dos mais filtrados que existem na internet. As mensagens são liberadas automaticamente se não tiverem qualquer “palavra proibida”, caso contrário são encaminhadas para moderação manual. Essas palavras proibidas não são listadas nas regras de utilização, então encontramos coisas curiosas como “gay”, “racista”, “hipócrita”, “pt” (sim, o partido) e “folha” (o santo nome do jornal sendo usado em vão leva direto à moderação). Com certeza falta transparência sobre isso. Certa vez escrevi um comentário analisando um artigo e foi um sufoco fazê-lo passar direto para aprovação. Não escrevi nada de mais, mas o sistema automático reagiu a palavras que eu nem sabia serem ofensivas. Deveria tê-las guardado para montar um dicionário do que não escrever por lá.
Voltando ao assunto, é interessante como o racismo é “combatido” através de mais preconceito. Muita gente, até jornalistas em atividade, acredita que “racismo” seja preconceito de branco contra negro. Um destes escribas jornalísticos relatou um caso de discriminação de negro contra branco como “racismo às avessas”. Avessas de quê, cara-pálida? Racismo é racismo, ou seja, discriminação por causa de “raça” (como essa definição infeliz não existe cientificamente, no Brasil se optou por examinar o tom de pele do cidadão - na prática deixou de ser “racismo” para ser “corsismo”).
No caso citado, “cabeça de japa abilolado” pode ser escrito, segundo a Folha de S. Paulo. Mas se eu escrevesse “cabeça de negão abilolado”, isso nunca passaria. Este é o problema! Chamar um cidadão de “japoronga” é aceito, mas de “negão”, não. Então toda essa questão de combate ao racismo é hipocrisia e é, na verdade, uma política para negros. Só deles é que não se pode caçoar. De outros, pode.
No aniversário de S. Paulo, em janeiro deste ano, assisti impressionante cortejo de artigos ofensivos aos paulistas editados em jornais daqui, mesmo (incluindo a Folha). Sinal de que discriminação de origem regional (previsto em lei) só vale para nordestinos. Falar mal de São Paulo, pode. Mais hipocrisia do “politicamente correto”.
Vamos aproveitar esse momento para lembrar alguns fatos curiosos. Primeiramente, lembramos que os orientais são, realmente, a minoria étnica brasileira (0,5% da população). Então eles precisam de cotas para universidades? Não, não precisam. Eles detêm grande parte das vagas disponíveis, obtidas através do óbvio: forte dedicação ao estudo. Os orientais, em sua maioria, frequentaram as mesmas escolas que os brancos e negros, mas no vestibular passam na frente. Pretendo analisar essa questão de educação em um post exclusivo, que escreverei em breve. E que ninguém diga que não existe preconceito contra orientais! Vi muito disso em minha vida. Trabalho com orientais há mais de 30 anos e sou casado com uma sansei. Já quase bati em um grupo dentro do ônibus que fez uma gracinha com ela enquanto eu descia. Só não arranquei algum infeliz do coletivo porque não consegui identificar o autor. Quando viram que a coisa ia pegar ficaram mudos e calados. Preconceito contra orientais existe, sim, e bastante. Cite meia dúzia de políticos brasileiros orientais, ou cinco artistas de tv, ou três cantores.
Mas os orientais estão aí, sem reclamar, conquistando o respeito das pessoas pela sua dedicação, esforço e competência. Porque respeito se conquista, não se impõe. Não podemos esquecer a maior injustiça étnica que o governo brasileiro já realizou, que foi a exclusão dos orientais das comemorações dos 500 anos do Brasil. Para o governo, brancos, negros e índios participaram do desenvolvimento brasileiro, mas os orientais não. A desculpa na época foi que eles haviam chegado “depois”, mas isso não inviabilizou as colossais contribuições para o progresso brasileiro que realizaram e continuam realizando todos os dias, especialmente nas áreas agrícola, médica e tecnológica. Parece que, realmente, discriminação racial só vale para os negros.
Fica anotado aqui, então, que o jornal Folha de S. Paulo discrimina orientais e aceita termos ofensivos contra esses povos que ajudam a construir a grandeza do Brasil. Em silêncio.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Tábua centenária com instruções salva vila de destruição durante tsunami no Japão
Tábua feita por ancestrais de moradores salvou a vila de Aneyoshi durante o tsunami
Uma centenária placa feita de pedra e talhada com instruções salvou uma vila inteira da destruição durante o tsunami que devastou parte do Japão, no mês passado. Segundo o jornal "New York Times", nenhuma das 11 casas de Aneyoshi, pequeno vilarejo localizado próximo à costa, no nordeste do país, foi atingida.
Segundo o líder local Tamishige Kimura, um pescador de 64 anos, a tábua de pedra foi talhada há mais de cem anos por ancestrais que sabiam tudo sobre o poder de devastação de um tsunami. "Eles conheciam o horror dos tsunamis e escrever a placa para nos alertar", conta.
Mais de cem placas como a de Aneyoshi estão espalhadas pela costa do Japão. Algumas tem mais de 600 anos. No entanto, muita gente parece não obedecer as recomendações dos ancestrais, que escreveram orientações de onde construir as casas e do alcance das ondas em caso de tsunami, em uma época em que a tecnologia estava longe de detectar terremotos.
"As pedras de tsunami são avisos que atravessam gerações. Elas tentam evitar que os descendentes passem pelo mesmo sofrimento de seus ancestrais", diz Itoko Kitahara, especialista em história dos desastres naturais pela Universidade de Kyoto.
Em Aneyoshi, a pedra diz que "casas construídas no alto asseguram a paz e a felicidade aos nossos descendentes". Para Kimura, os ensinamentos são "uma regra que ninguém na cidade ousa quebrar."
Kimura conta que os moradores da vila construíram suas casas em um local alto após o tsunami de 1896 que deixou apenas dois sobreviventes na região. Aneyoshi foi repovoada e voltou a ter residências próximas ao mar. No entanto, outro tsunami, desta vez em 1933, destruiu tudo novamente.
De acordo com o pescador, ninguém na vila sabe quando a tábua foi escrita. Além de ter salvo a vida de todos durante o tsunami do mês passado, a placa também foi útil no tsunami que atingiu a região em 1960.
No mês passado, uma família que visitava a cidade vizinha morreu porque a mãe, que buscava os filhos na escola, dirigia em uma região muito baixa. Por isso, os moradores de Aneyoshi afirmam que não dá para apenas confiar na pedra e que os moradores precisam de mais orientação.
Fonte: UOL notícias
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Imagem da Semana
Estátua de Buda permanece sereno em seu lugar,
em meio à destruição do terremoto e tsunami em Sendai, Japão
terça-feira, 29 de março de 2011
Propaganda: Mestre é Mestre!
Mais uma propaganda hilária utilizando a cultura oriental como pano de fundo. É um exemplo de como se pode usar essa cultura milenar sem caricaturas e com respeito. Divirtam-se.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Dia do Taoísmo - 2.582 anos do Nascimento de Laozi
Sacerdotes taoístas em um gesto cerimonial durante a cerimônia memorial para Laozi (ou Lao-Tzu, Lao-Tsé 604-531 aC), em seu 2582º aniversário de nascimento, no Palácio Tianjing (ou Palácio da Paz Celestial), em Anhui, China, 19 de março de 2011. Laozi, mais conhecido como o autor do Tao Te Ching, é tradicionalmente considerado o fundador do Taoísmo. Acredita-se que esse palácio em Woyang esteja no local de nascimento de Laozi.
Um sacerdote taoísta enche o copo com bebida durante uma cerimônia memorial para Laozi
Sacerdotes Taoístas presentes na cerimônia
segunda-feira, 14 de março de 2011
A Polêmica da Suástica
Mais uma polêmica sobre a combalida cruz gamada apareceu hoje na Folha Online: “Venda de moedas com marca nazista causa reações”. Tudo porque “descobriram” que o Mercado Livre possuía moedas com a suástica sendo comercializadas. Isso ocorre há muitos anos, mas parece que alguém viu isso recentemente e não gostou. Tem todo direito de não gostar, mas daí a tentar impedir uma simples venda de material histórico, é outro problema. O caso está sendo levado à Delegacia Contra Intolerância e Crimes Raciais de São Paulo pela Federação Israelita de São Paulo.
Segundo a notícia, o vice-presidente da Federação Israelita de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, disse que o departamento jurídico da entidade irá analisar o caso. "Vamos fazer uma consulta para ver, porque no Brasil a propaganda de símbolos nazistas é proibida, mas tem uma questão de acervo histórico."
Essa observação está equivocada, pois a LEI Nº 7.716, de 5 de Janeiro de 1989, que instituiu os crimes de preconceito, é taxativa na proibição:
“Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
Como se pode ver, a cruz gamada só é proibida para fins de divulgação do nazismo. O que não ocorre na simples venda de material histórico. O nazismo existiu e deve ser estudado a fundo. Só a sua compreensão pode mostrar os mecanismos que permitiram sua existência e as ferramentas para impedir que isso se repita.
Nem deve ser vedada a exibição da cruz gamada dentro da esfera cultural do Oriente ou mesmo em sua conotação religiosa, como a imagem que postei aqui. Ou será que Buda era nazista?
Existe um indevido e perigoso patrulhamento ideológico contra a suástica. Isso incorre em dois erros graves:
1- Por pior que seja a conotação da suástica no Ocidente, esse símbolo (que é diferente da suástica nazista) é milenar, utilizado pelo Hinduísmo e pelo Budismo.
2- Tolerância religiosa vale para todos. Não se pode discriminar o Judaísmo e nem se pode discriminar o Hinduísmo e o Budismo. Se esse símbolo é utilizado por essas religiões, deve ser respeitado.
Vi especialistas argumentando que, como a conotação da cruz é ruim no Ocidente, não importa a sua existência milenar – deve ser abolido. Isso mostra uma clara falta de perspectiva histórica e a velha atitude eurocêntrica.
A arte marcial japonesa do Shorinji Kempo, baseado no budismo, tem como símbolo a suástica – mas só no Japão. Eles tiveram que alterar o simbolismo milenar para a arte se difundir no Ocidente. Isso é correto? Renunciar às suas raízes culturais por preconceito de meia dúzia? Acho que essa é uma questão que deva ser discutida pela sociedade. Até no programa “Big Brother” isso deu problema. No BBB10, quando o candidato Dourado (praticante de Shorinji Kempo) mostrou uma tatuagem de um samurai com a suástica na barra do hakamá , gerou enorme polêmica. Uma polêmica imbecil e desnecessária, pois simbolizava o Budismo.
A cultura oriental merece respeito.
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