quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O I Ching e as Previsões

 
A alguns dias coloquei um texto no blog que falava de previsões do I Ching para os jogos do Santos no Mundial Interclubes, realizado no Japão em dezembro. Elas foram feitas por um japonês idoso, profissional de previsões com I Ching em Yokohama. No primeiro jogo,  contra o Kashima Reysol, o consultor japonês deu como certa a vitória do Santos (o que de fato aconteceu sem qualquer problema para o time brasileiro). Quando foi verificar os augúrios para o jogo contra o Barcelona, o consultor ficou atrapalhado e teve que verificar suas anotações e consultar o livro. No final, deu parecer favorável ao Santos (o jogo, depois, se revelou um desastre para eles!).

Não quero justificar o erro, mas explicar o mecanismo da coisa. Este texto que escrevo foi motivado por um internauta que colocou o seguinte comentário no post, depois do jogo:

“Eu acho interessante essa arrogância de querer "adivinhar" algo que ainda não aconteceu. Isso sempre foi mentira e, como era de se esperar, fez-se mais uma vez.”

Com certeza o rapaz foi muito duro com o idoso consultor japonês, mas sua opinião é muito comum. Vê-se que deu grande importância à previsão errada e se esqueceu que ele acertou a primeira. Normalmente o cético age exatamente desta maneira: quando a previsão se mostra correta é “coincidência” e quando se mostra equivocada, é prova da “fraude”.

Mas o ser humano sempre desejou saber o que está por vir desde sua ascensão da condição de primata, e esse desejo se manifesta fortemente mesmo nos dias de hoje. Muitos ramos do conhecimento humano, incluindo a ciência, se preocupam em fazer previsões. E ninguém recrimina a ciência por isso.

A Economia faz previsões constantemente, tentando “adivinhar” o que acontecerá com os mercados financeiros. Depois de anos acompanhando essas previsões, prefiro confiar em um astrólogo. Ademais, todo economista faz previsões financeiras, mas a maioria não é rica, o que deveria ser o caso se acertassem com freqüência.

Outro bom exemplo é a meteorologia. Ontem fui até Aparecida, visitar o Santuário de Nossa Senhora. A previsão do tempo dizia “nublado com chuvas, temperatura máxima de 26ºC”. Me preparei, fui com capa e guarda-chuva e roupas mais pesadas. Na realidade fez 30ºC com sol de verão a pino e sem uma gota de chuva. Imagine se depois dessa previsão desastrosa eu dissesse: “Cara, isso sempre foi mentira e nunca mais vou ver a previsão do tempo de novo pois são todos charlatões”. Eu não estaria sendo justo, pois os métodos meteorológicos de previsão evoluem constantemente e mais tecnologia é desenvolvida para aperfeiçoar isso. No entanto eu me prendi a uma previsão que deu errado e não nas tantas que deram certo. E a meteorologia continua errando e as pessoas continuam seguindo suas recomendações. E ainda existem aqueles que criticam os que buscam orientação na astrologia, por exemplo!

A astrologia é muito, muito antiga. Parece ter começado na Babilônia 4.000 anos antes de Cristo. O certo é que os antigos eram muito eficientes em observações e cálculos astronômicos, como mostram as observações de cometas feitas pelos chineses da antiguidade, ainda hoje utilizados como referência por modernos astrônomos. Grandes monumentos megalíticos foram erigidos com espantosa precisão astronômica, uma precisão que assombra os especialistas de hoje.

Mas a astrologia é vista por “cientistas” e gente cética em geral como uma bobagem supersticiosa, talvez por não saberem exatamente do que se trata e acreditarem que são baseadas em “previsões do futuro” (que, como vimos, também são feitas pela ciência). As fases da lua possuem profunda e clara influência sobre a vida na Terra, demonstrada facilmente pela própria ciência. O comportamento animal, vegetal e humano é profundamente influenciado pela posição da lua em relação à Terra. Seria tolice não acreditar que alinhamentos astronômicos de planetas no sistema solar não pudesse desencadear alterações gravitacionais que tivessem também sua influência sobre nós. Estamos falando de física e não de alguma energia mística. Talvez os antigos tivessem meios de calcular como essas influências acontecem, da mesma forma como os psiquiatras sabem que a lua cheia provoca crises em pacientes com problemas mentais, mesmo que eles estejam em confinamento e nem saibam em que dia do mês estão. Ou os mateiros que sabem que as ervas medicinais devem ser colhidas na lua cheia, quando seus talos estão plenos de seiva, ou os lenhadores que sabem que a madeira cortada na lua nova é mais “seca” e aproveitável..

Com o I CHING é a mesma coisa. Sua complexidade dá nó em muita gente experiente. Um especialista me disse uma vez que quando a previsão falha é porque houve um erro do intérprete. Concordo, em parte, e isso deveria ser claro para todos. Quando a meteorologia erra uma previsão, isso pode se dar por erro na interpretação das mudanças atmosféricas. Ano passado o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) recebeu um novo supercomputador Cray, apelidado de “Tupã”, para gerar mapas meteorológicos com base nos dados recebidos de diversas estações. Esses mapas são interpretados por meteorologistas de carne e osso, que podem acertar ou não sua análise.

Pode acontecer também que a direção de uma corrente de ar ou o calor de uma corrente marítima não se comportem como esperado, devido a inúmeros fatores. O Universo está em constante movimento, em constante mutação – a raiz da sabedoria do I Ching. Isso nos leva a compreender que qualquer alteração na realidade que examinamos acarretará alterações em seu futuro e imprecisões na previsão. Da mesma forma, quando se faz uma previsão para o mundo humano, enxerga-se o cenário com maior probabilidade de acontecer. Mas qualquer alteração na condução da situação ou de seus integrantes pode alterar esse “futuro”. O I Ching e qualquer outro método oracular sempre apontará para situações com maior probabilidade de acontecer se os eventos atuais persistirem em seu curso. As previsões nunca são sobre o que efetivamente acontecerá, mas sobre o que poderá acontecer se nada for alterado. A regra é a mesma da meteorologia, da economia, da sociologia e qualquer ciência que tente antever os acontecimentos futuros. No caso citado sobre futebol, no jogo contra o Al-Sadd, do Qatar, o atacante do Barcelona, David Villa, sofreu uma fratura na perna esquerda e ficou de fora do jogo contra o Santos. Como isso alterou o quadro do jogo, nunca saberemos. Mas algo importante aconteceu entre a previsão e o fato. Lembre-se, o Universo está em constante mutação.

As previsões do I Ching podem ser equivocadas, certamente. Mas não vamos queimar ninguém na fogueira por isso, assim como não queimamos nossos meteorologistas.


* grafei “cientistas” com aspas porque cientistas de verdade possuem mente aberta e não se apegam a convicções pessoais ou conceitos e ideias pétreas e predefinidas.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Previsão do I Ching feita no Japão para a Campanha do Santos F.C.

     
O Jornal "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, exibiu hoje de manhã uma matéria feita em Yokohama mostrando previsões do I Ching para a campanha do Santos no Mundial de Clubes. O Livro das Mutações deu parecer favorável ao tiome brasileiro nos dois jogos. O primeiro já se concretizou agora a pouco. Abaixo segue a transcrição da matéria. Se desejar assistir ao vídeo completo da matéria, clique aqui.

 

Palco da final do Mundial, Yokohama é a cidade mais chinesa do Japão

A cidade fica a 30 quilômetros de Tóquio e tem a segunda maior população do Japão: 3,5 milhões de habitantes. Além do cardápio exótico, também é conhecida por ser o lugar certo para se enxergar o futuro.



Em Yokohama, palco da final do Mundial de Clubes e da estreia do Barcelona, na quinta (15), na semifinal, contra o Al-Sadd, do Catar.

A beleza de Yokohama está em ser a mais chinesa cidade do Japão. Fica a 30 quilômetros de Tóquio, tem a segunda maior população do Japão: 3,5 milhões de habitantes. É também o lugar certo para a gente enxergar o futuro.

É a tradição chinesa. O que vem por aí pode ser lido nas mãos em qualquer esquina do bairro. Ou então usando uma das formas mais antigas de previsão da humanidade, o I-Ching. Não dá para perder essa oportunidade para já saber de antemão qual vai ser o resultado do jogo do Santos.

As previsões, às vezes, são nebulosas, mas neste caso o resultado foi bem claro. Esta é a previsão para o Santos: o dragão vai subir para o céu. A previsão para o Kashiwa Reysol é que “está na beira do abismo”. Portanto, o Santos vai ganhar.

Qual a previsão para o possível jogo Barcelona e Santos? Desta vez, parece mais difícil saber o que vai acontecer. É preciso consultar o livrinho, mas finalmente sai o resultado. No caso do Santos, “a carpa vai virar dragão”. Isso é bom – e olha que ele nem sabia que o símbolo do Santos é um peixe. Já para o Barcelona, não poderia ser pior: “a raposa vai cair no buraco”. Precisa dizer mais alguma coisa?
Com o futuro garantido, a torcida do Santos que vem apoiar o time poderá aproveitar outra atração de Yokohama: a cozinha chinesa, com suas delícias e surpresas. O dono do restaurante explica que a gente tem de comer com a mão, segurando nos dois ossinhos e puxando a carne com os dentes. É bem gostoso. Em pratos como o yakisoba, podem vir algumas surpresas, como escorpiões. Eles são bem fritos e depois colocados sobre a massa e os vegetais para dar aquele toquezinho exótico.

Com suas surpresas, Yokohama sempre recebe bem os brasileiros e, o que é ainda melhor, costuma dar muita sorte.

fonte: Rede Globo de Televisão

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Taoístas se reunem para falar de sustentabilidade





Estudiosos fazem encontro na China
Começou no domingo na China um forum internacional taoísta, que atraiu 500 estudiosos de 21 países e regiões do Monte Hengshan, um centro sagrado da religião na província de Hunan, na China central. Liu Yushan, chefe do Departamento de Propaganda do Comitê Central do Partido Comunista (CPC) chinês, anunciou a abertura do forum.

Du Qinglin, chefe do Departamento da Frente Unida de Trabalho do CPC, falou na cerimônia de abertura. Ele disse que a ênfase taoísta na coexistência harmônica entre pessoas e natureza tem relevância crescente no mundo contemporâneo. Como reconhecimento da crescente influência taoísta na China moderna, o encontro focou em como integrar sua filosofia com a realidade social e como partilhar a sabedoria da regilião e suas preocupações com o desenvolvimento sustentável, a busca da felicidade e a proteção do bem-estar. Os seminários terminaram em 25 d eoutubro.

Entre os palestrantes estão Bawa Jain, secretário-geral do Conselho Mundial de Líderes Religiosos; Martin Palmer, ativista ambiental britânico e diretor da Aliança de Religiões e Conservação, e Ren Farong, chefe da Associação Taoísta Chinesa.

Em uma entrevista no começo deste mês à União de Notícias Católicas Asiáticas, Palmer afirmou que a mensagem taoísta de “simplicidade, respeito à natureza, humildade e busca de um equilíbrio apropriado talvez seja mais importante que em qualquer momento da história chinesa”. Ele disse que considera o forum “um poderoso indicador de que a China está procurando proteger sua natureza e seu povo”.

Na China, cerca de 30 mil monges taoístas vivem em templos, outros 60 mil praticantes do taoismo Zhenyi estão espalhados pelo país, e cinco instituições importantes oferecem ensino sobra a religião. “Hoje, os locais de prática do taoísmo se encontram em um número crescente de países. Muitos institutos de pesquisa no mundo mostram interesse no taoísmo como modo de estudar a cultura oriental. Sua influência irá se espalhar no futuro”, afirmou Lin On, vice-presidente da Associação Taoísta Chinesa.

O taoismo, tradição filosófica e religiosa originada da China, busca estalebecer a harmonia entre os seres humanos e o o princípio do universo, chamado de Tao. O emblema do taoismo é o símbolo do tai chi, um círculo com uma linha em forma de S dividindo uma metade branca (yang) e outra negra (yang), relata o China Daily.

Foto: Timothy Valentine/Creative Commons

fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/taoistas-se-reunem-para-falar-de-sustentabilidade/

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Preço do Chá




Semana passada fui jantar com minha esposa no Neiwa Sushi, em Santo André (SP). É sempre um lugar excelente, com ótimo atendimento, sashimis cortados na espessura correta e salmão grelhado macio e gorduroso, como deve ser. È aí que está o ômega 3.

Como sempre, pedimos um bule de chá verde. Independente da temperatura do dia, sempre pedimos chá quente, coisa de oriental. A surpresa veio na hora da conta: R$ 7,00 por um bulinho de chá que mal deu dois copos. É difícil acreditar em um valor desses para meia colher rasa de sobremesa de erva seca e um pouco de água quente. Por R$ 7,00 pode-se comprar um pacote de 200g de chá que faz uns 40 litros da bebida, sem problemas. Se você ainda não atinou com o disparate da cobrança, pense na seguinte situação:

Você vai em um bar e pede um copo de água da torneira. O garçom lhe traz a bebida.
– Aqui está.
– Muito obrigado. O dia hoje está muito quente.
– Realmente. Sua conta, senhor: R$ 3,00.

Compreende? Você pagaria R$ 3,00 por um copo de água da torneira? È mais ou menos esse o problema. Um refrigerante em lata, com todos os seus processos industriais, impostos e o recipiente de alumínio, custava R$ 4,80 no mesmo restaurante.

O Neiwa não é uma exceção, infelizmente. O preço do chá quente tem disparado nos restaurantes japoneses. Mas isso não aconteceu da noite para o dia. O chá era, muitas vezes, servido como cortesia (ainda acontece em restaurantes chineses de verdade no bairro da Liberdade). Mas com o passar do tempo, as pessoas descobriram que ele tinha várias propriedades medicinais e o chá oriental caiu no gosto do público. Seu preço começou a aumentar nos restaurantes japoneses, pois virou “cult”. Agora é “chique” tomar chá e tudo o que é “chique” custa caro.

E, diga-se de passagem, a maioria do chá servido nos restaurantes japoneses mais populares é horrível. Coloca-se muita erva e o chá adquire uma coloração escura e um gosto ruim, muito amargo. O chá oriental deve ser amarelo claro, aromático e de paladar suavemente adstringente. Mas parece que a sutileza culinária da cozinha oriental não chegou às bebidas. Investe-se muito no sushiman e depois colocam qualquer um para fazer chá. O que se serve normalmente tem cor de gasolina, um gosto quase tão ruim e ainda custa muito mais caro que o combustível!

O chá do Neiwa estava no ponto certo, mas no valor errado. Os restaurantes poderiam fazer um preço mais justo, pelo menos no chá que é mais água que outra coisa e é “feito em casa”. Um bule deve custar menos de R$ 5,00, para ser honesto. Façam o mesmo preço de um refrigerante em lata, ora! Ainda vão ter um lucro imenso.


ATUALIZAÇÃO: Estive no mesmo restaurante cerca de um mês depois deste post e o bule de chá havia subido para R$ 10,00. Foi a última vez que coloquei os pés naquele lugar. Existem outros restaurantes muito melhores no ABC que o Neiwa e que não exploram os fregueses. 


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Humor Budista

-- Mestre,  é apropriado para um monge utilizar e-mail?
-- Claro... desde que não haja anexos.

Essa piada parece ingênua, mas é uma crítica ao pensamento de muitas pessoas de que monges budistas não possam usar as tecnologias mais avançadas. É duro, mas muita gente pensa assim, sobretudo no Oriente. Questão de tradicionalismo levado ao extremo.


sexta-feira, 15 de julho de 2011

SPAM em chinês!

E você pensa que tem problemas de e-mail. Veja o que eu recebo em minha caixa postal.



Mestre Liu Pai Lin fala o que é Tai Chi Chuan



Agora vou apresentar o que é o Tai Chi Chuan:
é uma prática para a longevidade e o sentimento do amor.O Tai Chi Chuan é a reunião destas duas práticas, o que o torna uma prática do Tao.

Tao é chi ou energia vital;
existe na Natureza uma energia criativa, – dois sopros distintos, o yin e o yang – que se unem num movimento pulsante fazendo surgir todas as coisas na Natureza, inclusive o ser humano.

Todo ser vivo, inclusive o ser humano, possui nos seus centros de energia, sistemas orgânicos, tendões e células, a energia original da vida, doada pelo Céu e pela Terra.
Este sopro de energia vital constitui-se no que possuímos de verdadeiro e original.

Esta energia no nosso corpo, quando concentrada e plena, pode prolongar a nossa vida; dispersada rapidamente, o bonito se torna feio, o jovem fica velho, vem a doença e a morte. Ou seja, a vida do homem depende da concentração ou dispersão dessa energia; não dar atenção a essa energia é não dar importância à vida.

No macrocosmo, as energias do Céu e da Terra se unem diariamente; o Sol, a Lua, e as Estrelas do Céu se unem com o Fogo, a Água, e o Vento da Terra, mantendo e fazendo surgir todas as coisas existentes na Terra.

O Homem é um microcosmo: o Céu fica na nossa cabeça, e o baixo ventre é a nossa Terra. Quando relaxamos, o Sol desce e ilumina a nossa Terra; esta é a união do yin e do yang no Homem. Esta união gera no nosso corpo nova energia, novo sangue, novas células, suprindo dessa forma o nosso cérebro, nossa energia espiritual, e a saúde do nosso corpo físico.

O Tai Chi Chuan é uma prática do sentimento do amor, pois segue os princípios da natureza.
Encontramos no I Ching a descrição destes princípios:
"O Universo, em revolução perpétua, edifica";
"O sábio exercita a sua natureza, cultivando-a sem cessar".

Observe o movimento de rotação da Terra: ele constrói diariamente o frescor de vida nova.
Nesta observação, o Homem aprende o caminho da espontaneidade: é como se a Terra estivesse fazendo o Tai Chi Chuan, renovando o ar, impregnando novo frescor a todas as coisas, pois a maior virtude da Natureza é fazer nascer vida nova. O Ser Humano pertence à Natureza: obtendo ar puro, o sangue se renova, e o espírito fica límpido, e desta forma obtemos este sentimento de amor da Natureza.

Se praticamos o Tai Chi diariamente, cultivamos a nossa natureza criadora, ligando-nos à Natureza; conservamos com naturalidade o amor no coração e retornamos à pureza do ser.

Por isso o Tai Chi é uma prática para o sentimento do amor.

(Texto obtido pela transcrição da introdução realizada pelo Mestre Liu, por ocasião da elaboração do video para divulgação do Tai Chi Pai Lin, coordenado por Maria Lucia Lee)

[postado por Anjee Momoi no seu Facebook]

 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Palestra sobre I Ching


Vou representar o Taoísmo no
II Simpósio Brasileiro de Hermetismo e Ciência Ocultas, que acontecerá em 23, 24 e 25 de junho próximos. Minha palestra será na sexta-feira, dia 24, das 11:10 – 12:40h, com o tema:

"I Ching, do Xamanismo ao Computador – as relações entre o Livro das Mutações e o xamanismo antigo chinês, as tradições milenares taoístas e a ciência moderna"

O evento ocorrerá no Nikkey Palace Hotel: Rua Galvão Bueno, 425 – Liberdade

Mais informações e inscrições: http://simposiohermetismo.com.br/
 

Folha de S. Paulo Discrimina Orientais


  
 Já havia percebido há algum tempo a hipocrisia do debate sobre racismo no Brasil. É sempre a mesma ladainha do “branco” opressor e do “negro” vítima, mesmo quando existe outros tipos de racismo.

Ontem, o site “Folha.Com”, versão online do jornal paulista “Folha de S. Paulo”, estampou uma notícia sobre a decisão do STF de liberar a chamada “Marcha da Maconha” por questão de liberdade de expressão (1). Nada contra.

Mas ao ler os comentários dos leitores, me deparei com a seguinte expressão, utilizada para retrucar um comentário de leitor com nome fortemente oriental: “cabeça de japa abilolado”. Francamente, estou farto de ler observações ofensivas e estereotipadas referente aos orientais. Fiz uma denúncia aos moderadores da Folha por racismo. A mensagem foi retirada do ar e retornou horas depois, sinal de que não havia sido notado nada de problemático com a expressão. Muito bem.

É bom que os leitores deste blog saibam que o sistema de comentários da Folha online é um dos mais filtrados que existem na internet. As mensagens são liberadas automaticamente se não tiverem qualquer “palavra proibida”, caso contrário são encaminhadas para moderação manual. Essas palavras proibidas não são listadas nas regras de utilização, então encontramos coisas curiosas como “gay”, “racista”, “hipócrita”, “pt” (sim, o partido) e “folha” (o santo nome do jornal sendo usado em vão leva direto à moderação). Com certeza falta transparência sobre isso. Certa vez escrevi um comentário analisando um artigo e foi um sufoco fazê-lo passar direto para aprovação. Não escrevi nada de mais, mas o sistema automático reagiu a palavras que eu nem sabia serem ofensivas. Deveria tê-las guardado para montar um dicionário do que não escrever por lá.

Voltando ao assunto, é interessante como o racismo é “combatido” através de mais preconceito. Muita gente, até jornalistas em atividade, acredita que “racismo” seja preconceito de branco contra negro. Um destes escribas jornalísticos relatou um caso de discriminação de negro contra branco como “racismo às avessas”. Avessas de quê, cara-pálida? Racismo é racismo, ou seja, discriminação por causa de “raça” (como essa definição infeliz não existe cientificamente, no Brasil se optou por examinar o tom de pele do cidadão - na prática deixou de ser “racismo” para ser “corsismo”).

No caso citado, “cabeça de japa abilolado” pode ser escrito, segundo a Folha de S. Paulo. Mas se eu escrevesse “cabeça de negão abilolado”, isso nunca passaria. Este é o problema! Chamar um cidadão de “japoronga” é aceito, mas de “negão”, não. Então toda essa questão de combate ao racismo é hipocrisia e é, na verdade, uma política para negros. Só deles é que não se pode caçoar. De outros, pode.

No aniversário de S. Paulo, em janeiro deste ano, assisti impressionante cortejo de artigos ofensivos aos paulistas editados em jornais daqui, mesmo (incluindo a Folha). Sinal de que discriminação de origem regional (previsto em lei) só vale para nordestinos. Falar mal de São Paulo, pode. Mais hipocrisia do “politicamente correto”.

Vamos aproveitar esse momento para lembrar alguns fatos curiosos. Primeiramente, lembramos que os orientais são, realmente, a minoria étnica brasileira (0,5% da população). Então eles precisam de cotas para universidades? Não, não precisam. Eles detêm grande parte das vagas disponíveis, obtidas através do óbvio: forte dedicação ao estudo. Os orientais, em sua maioria, frequentaram as mesmas escolas que os brancos e negros, mas no vestibular passam na frente. Pretendo analisar essa questão de educação em um post exclusivo, que escreverei em breve. E que ninguém diga que não existe preconceito contra orientais! Vi muito disso em minha vida. Trabalho com orientais há mais de 30 anos e sou casado com uma sansei. Já quase bati em um grupo dentro do ônibus que fez uma gracinha com ela enquanto eu descia. Só não arranquei algum infeliz do coletivo porque não consegui identificar o autor. Quando viram que a coisa ia pegar ficaram mudos e calados. Preconceito contra orientais existe, sim, e bastante. Cite meia dúzia de políticos brasileiros orientais, ou cinco artistas de tv, ou três cantores.

Mas os orientais estão aí, sem reclamar, conquistando o respeito das pessoas pela sua dedicação, esforço e competência. Porque respeito se conquista, não se impõe. Não podemos esquecer a maior injustiça étnica que o governo brasileiro já realizou, que foi a exclusão dos orientais das comemorações dos 500 anos do Brasil. Para o governo, brancos, negros e índios participaram do desenvolvimento brasileiro, mas os orientais não. A desculpa na época foi que eles haviam chegado “depois”, mas isso não inviabilizou as colossais contribuições para o progresso brasileiro que realizaram e continuam realizando todos os dias, especialmente nas áreas agrícola, médica e tecnológica. Parece que, realmente, discriminação racial só vale para os negros.

Fica anotado aqui, então, que o jornal Folha de S. Paulo discrimina orientais e aceita termos ofensivos contra esses povos que ajudam a construir a grandeza do Brasil. Em silêncio.

   

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tábua centenária com instruções salva vila de destruição durante tsunami no Japão

  

Tábua feita por ancestrais de moradores salvou a vila de Aneyoshi durante o tsunami
Uma centenária placa feita de pedra e talhada com instruções salvou uma vila inteira da destruição durante o tsunami que devastou parte do Japão, no mês passado. Segundo o jornal "New York Times", nenhuma das 11 casas de Aneyoshi, pequeno vilarejo localizado próximo à costa, no nordeste do país, foi atingida. 

Segundo o líder local Tamishige Kimura, um pescador de 64 anos, a tábua de pedra foi talhada há mais de cem anos por ancestrais que sabiam tudo sobre o poder de devastação de um tsunami. "Eles conheciam o horror dos tsunamis e escrever a placa para nos alertar", conta. 

Mais de cem placas como a de Aneyoshi estão espalhadas pela costa do Japão. Algumas tem mais de 600 anos. No entanto, muita gente parece não obedecer as recomendações dos ancestrais, que escreveram orientações de onde construir as casas e do alcance das ondas em caso de tsunami, em uma época em que a tecnologia estava longe de detectar terremotos. 

"As pedras de tsunami são avisos que atravessam gerações. Elas tentam evitar que os descendentes passem pelo mesmo sofrimento de seus ancestrais", diz Itoko Kitahara, especialista em história dos desastres naturais pela Universidade de Kyoto. 

Em Aneyoshi, a pedra diz que "casas construídas no alto asseguram a paz e a felicidade aos nossos descendentes". Para Kimura, os ensinamentos são "uma regra que ninguém na cidade ousa quebrar."

Kimura conta que os moradores da vila construíram suas casas em um local alto após o tsunami de 1896 que deixou apenas dois sobreviventes na região. Aneyoshi foi repovoada e voltou a ter residências próximas ao mar. No entanto, outro tsunami, desta vez em 1933, destruiu tudo novamente. 

De acordo com o pescador, ninguém na vila sabe quando a tábua foi escrita. Além de ter salvo a vida de todos durante o tsunami do mês passado, a placa também foi útil no tsunami que atingiu a região em 1960.

No mês passado, uma família que visitava a cidade vizinha morreu porque a mãe, que buscava os filhos na escola, dirigia em uma região muito baixa. Por isso, os moradores de Aneyoshi afirmam que não dá para apenas confiar na pedra e que os moradores precisam de mais orientação. 

 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Imagem da Semana

Estátua de Buda permanece sereno em seu lugar, 
em meio à destruição do terremoto e tsunami em Sendai, Japão

terça-feira, 29 de março de 2011

Propaganda: Mestre é Mestre!

Mais uma propaganda hilária utilizando a cultura oriental como pano de fundo. É um exemplo de como se pode usar essa cultura milenar sem caricaturas e com respeito. Divirtam-se.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia do Taoísmo - 2.582 anos do Nascimento de Laozi


 Sacerdotes taoístas em um gesto cerimonial durante a cerimônia memorial para Laozi (ou Lao-Tzu, Lao-Tsé 604-531 aC), em seu 2582º aniversário de nascimento, no Palácio Tianjing (ou Palácio da Paz Celestial), em Anhui, China, 19 de março de 2011. Laozi, mais conhecido como o autor do Tao Te Ching, é tradicionalmente considerado o fundador do Taoísmo. Acredita-se que esse palácio em Woyang esteja no local de nascimento de Laozi.


Um sacerdote taoísta enche o copo com bebida durante uma cerimônia memorial para Laozi 


Sacerdotes Taoístas presentes na cerimônia

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Polêmica da Suástica



Mais uma polêmica sobre a combalida cruz gamada apareceu hoje na Folha Online: “Venda de moedas com marca nazista causa reações”. Tudo porque “descobriram” que o Mercado Livre  possuía moedas com a suástica sendo comercializadas. Isso ocorre há muitos anos, mas parece que alguém viu isso recentemente e não gostou. Tem todo direito de não gostar, mas daí a tentar impedir uma simples venda de material histórico, é outro problema. O caso está sendo levado à Delegacia Contra Intolerância e Crimes Raciais de São Paulo pela Federação Israelita de São Paulo.

Segundo a notícia, o vice-presidente da Federação Israelita de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, disse que o departamento jurídico da entidade irá analisar o caso. "Vamos fazer uma consulta para ver, porque no Brasil a propaganda de símbolos nazistas é proibida, mas tem uma questão de acervo histórico." 

Essa observação está equivocada, pois a LEI Nº 7.716, de 5 de Janeiro de 1989, que instituiu os crimes de preconceito, é taxativa na proibição:

“Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.   

Como se pode ver, a cruz gamada só é proibida para fins de divulgação do nazismo. O que não ocorre na simples venda de material histórico. O nazismo existiu e deve ser estudado a fundo. Só a sua compreensão pode mostrar os mecanismos que permitiram sua existência e as ferramentas para impedir que isso se repita.

Nem deve ser vedada a exibição da cruz gamada dentro da esfera cultural do Oriente ou mesmo em sua conotação religiosa, como a imagem que postei aqui. Ou será que Buda era nazista?

Existe um indevido e perigoso patrulhamento ideológico contra a suástica. Isso incorre em dois erros graves:
1-     Por pior que seja a conotação da suástica no Ocidente, esse símbolo (que é diferente da suástica nazista) é milenar, utilizado pelo Hinduísmo e pelo Budismo.
2-     Tolerância religiosa vale para todos. Não se pode discriminar o Judaísmo e nem se pode discriminar o Hinduísmo e o Budismo. Se esse símbolo é utilizado por essas religiões, deve ser respeitado.

Vi especialistas argumentando que, como a conotação da cruz é ruim no Ocidente, não importa a sua existência milenar – deve ser abolido. Isso mostra uma clara falta de perspectiva histórica e a velha atitude eurocêntrica.

A arte marcial japonesa do Shorinji Kempo, baseado no budismo, tem como símbolo a suástica – mas só no Japão. Eles tiveram que alterar o simbolismo milenar para a arte se difundir no Ocidente. Isso é correto? Renunciar às suas raízes culturais por preconceito de meia dúzia? Acho que essa é uma questão que deva ser discutida pela sociedade. Até no programa “Big Brother” isso deu problema. No BBB10, quando o candidato Dourado (praticante de Shorinji Kempo) mostrou uma tatuagem de um samurai com a suástica na barra do hakamá , gerou enorme polêmica. Uma polêmica imbecil e desnecessária, pois simbolizava o Budismo.

A cultura oriental merece respeito.